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Passeios Gourmet: “Folhado à Portuguesa”, o Wellington à moda do Porto

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Os puristas podem ver o título desta crónica como uma heresia. Chamar a um folhado qualquer “Wellington” é por si só um risco enorme! A verdade é que quanto mais vezes provei a iguaria que vos recomendo neste texto, mais analogias fui fazendo com a especialidade de inglesa, mas intrincada na personalidade e gastronomia tripeiras. É isto o Folhado à Portuguesa que podemos encontrar todos os dias na Churrasqueira do Amial.

Tenho vindo a falar de churrasqueiras ou de churrascos nestas crónicas. Já vos tinha apresentado o conceito de churrasqueira premium do Tourigalo Boavista ou a abordagem contemporânea do Frango do Le Coq. Desta vez, aterro numa churrasqueira clássica da cidade, que conheço sobretudo pelas bifanas (cuja opinião está neste artigo), mas que é muito mais. Apresenta diariamente o seu menu diversificado no Facebook e, para além dos clássicos churrasqueiros, tem uma seleção grande de pratos do dia. É aí que surge o tal “folhado à portuguesa”.

Quando falamos em bife “Wellington”, para além da nobreza do nome, pensamos sempre num folhado muito rico e intenso. Neste caso, os cogumelos, a mostarda e o presunto são substituídos pelo fiambre, queijo e ovo. O bife é, neste caso, cortado fino, o que faz com que o aspeto final seja um tabuleiro de massa folhada dourada e não o rolo alto da receita britânica.

A massa folhada, como disse, é dourada e brilhante, seca por fora e húmida por dentro e dá logo vontade de a comer. O bife, corte de boa qualidade apresenta-se medio-bem passado. Pela forma como o prato é construído, não há milagres. Mesmo assim, de todas as vezes que pedi, veio com um interior rosa. Mesmo sem ser fã de carne bem passada, tem sabor. O “ovo a cavalo”, cuja gema escorre sobre o preparado quando se parte, é coberto com queijo e o fiambre, antes da crosta folhada.

O molho não pode ser esquecido e tem que ser bem aquecido antes do serviço. Faz parte do prato e não pode ser ignorado. Base de carne, denso e levemente doce, com um cheirinho ao da francesinha mas sem picante, complementa todo o prato. Aconselho a cortar uma fatia de folhado, virá-lo no prato e cobrir com o molho quente. É esta conjugação de sabores de conforto que cumpre o prometido.

É uma carne folhada, prato complexo bem conseguido e cheio de abordagens diferentes ao mesmo tempo. E tem os sabores que nós gostamos aqui no retângulo.

Sim, hoje encontro-me num paradoxo fantástico, que é falar e propor-vos este “Wellington” à moda do porto, que tem de rústico e genuíno tanto como de original e português.

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