O município de Esposende acabou de apresentar um novo prato regional: O polvo da pedra à Esposende. Um prato de polvo no tacho com base de tomate, pimento e batata, a que se acrescentam grelos. Sabor, estrutura, texturas, conforto, identidade.
Arrisco a interpretar que o polvo da pedra representa a força do mar do noroeste, o tomate e a batata a segurança da técnica culinária tradicional e os grelos, não só o desafio de algo diferente como a ligação ao campo que é tão forte nesta região. Foi um trabalho realizado em conjunto com várias entidades e personalidades regionais, dirigidas por José Silva e Marco Gomes, que bem conhecemos, e que chegou a este resultado. Tive a oportunidade de o provar e devo dizer que fiquei surpreendido. Tem a ousadia de fazer a diferença e a sagacidade necessária de não propor ruturas com o receituário tradicional. Saboroso e inteligente, portanto.
Esposende acredita que a gastronomia é um ativo económico local e trabalha muito para a divulgar. Tem dois festivais gastronómicos, um dedicado aos sabores do mar no início da Primavera e um dedicado ao campo no Outono. É ainda a casa de produtos de dimensão nacional, como a clarinha de Fão e os laticínios das Marinhas. A criação de um prato de perfil identitária regional, como é o caso deste polvo da pedra à Esposende é mais um passo neste trabalho.
O município também percebe que o motor são os agentes económicos, desde os pescadores, aos lavradores e aos restaurantes que os vendem aos clientes. Por isso esforça-se para que toda a cadeia de valor saia a ganhar.
Sabor e identidade são os esteios deste polvo e por isso Esposende deve orgulhar-se e continuar a trabalhar para que a gastronomia tenha cada vez mais peso na economia local.
Paulo Russell-Pinto