- publicidade -

Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto está preocupado com os “excessivos atrasos” em “praticamente todas as frentes” da construção da nova linha Rosa da Metro do Porto, visto que está a causar um “impacto profundamente negativo” na cidade, revelou num ofício enviado na quinta-feira ao presidente do Conselho de Administração da Metro do Porto, Tiago Braga, a que a Lusa teve acesso.

O presidente da Câmara do Porto está preocupado com “o impacto profundamente negativo gerado pela empreitada de construção da nova linha do metro”. Sublinha na missiva que devido à “duração e dimensão” da obra foi criado um grupo de trabalho constituído pelas seguintes entidades: serviços da Câmara do Porto, da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) Serviços, da Metro do Porto, do empreiteiro e da entidade fiscalizadora. Mas apesar deste grupo de trabalho criado para o efeito, o autarca diz que o município ficou “desprovido de qualquer informação sobre o andamento da empreitada”.

Isto porque “tais reuniões, que se revestem de extrema importância para auxiliar a boa gestão e funcionamento da cidade, foram, entretanto, canceladas pela Metro do Porto”, indica Rui Moreira tendo por isso mesmo solicitado aos serviços municipais um documento sobre as frentes de obra da linha Rosa.

Rui Moreira revela que “neste [documento] se constata que praticamente todas as frentes de obra apresentam excessivos atrasos”, enumerando-os: frente de obra da Casa da Música (nos cais da Linha Rosa e da Linha Rubi) “existe um atraso de 215 dias”, zona da Galiza onde vai nascer uma nova estação, tem um atraso de “275 dias”, construção da nova estação do Hospital Santo António, o “atraso é de 92 dias”, obra da nova estação da *raça da Liberdade o atraso é de “120 dias”.

No mesmo ofício Rui Moreira acusa que “nada do que foi planeado está a decorrer normalmente, muito pelo contrário”, afirmando que a situação tem “implicações graves no escoamento do tráfego” e na circulação dos transportes afetos à STCP. “É por de mais evidente os atrasos sucessivos atrasos registados pela STCP nas linhas 200, 201, 207, 305, 500 e 703, que chegam a atingir os 40 minutos”, informa.

Rui Moreira lembra que estão previstas novas obras, mais concretamente para a Linha Rubi e a linha de metrobus da Boavista mas que “não poderão ser concomitantes com as obras ainda em curso e cujo real cronograma não pode ser aferido”. “Estamos perante uma verdadeira disrupção do normal funcionamento da cidade, com um impacto altamente negativo na qualidade de vida de todos os que vivem, trabalham ou visitam a cidade”, desabafa Rui Moreira.

A construção da Linha Rosa, que irá fazer nascer um novo trajeto entre a zona de S. Bento/Praça da Liberdade e a Casa da Música iniciou no dia 29 de março, onde se incluem quatro novas estações subterrâneas e um percurso em túnel de três quilómetros.

A Lusa tentou obter uma reação por parte da Metro do Porto que não quis comentar.

- publicidade -