
O regresso dos Pop Dell’Arte ao Porto aconteceu… «Em Creta». Este é o tema de abertura do mais recente álbum de originais da banda de João Peste, «Transgressio Global», editado em 2020, em plena pandemia Covid-19, e que também abriu a actuação na Pasteleira.
Aliás, no concerto promovido pela Cultura em Expansão, na sala da Associação de Moradores do Bairro Social da Pasteleira, ainda foi fortemente marcado pelas regras Covid: temperatura medida à entrada, tudo sentado e de máscara da cara!

E se tens o corpo sentado, é pela cabeça que tens que te levantar! E nisso, os Pop Dell’Arte são exímios em fazer o ouvinte tornar-se um Lázaro, que se levanta, anda e… viaja. Se a performance não é como noutros tempos, os tempos também são outros. E todos “adultecemos” com o passar dos anos e os anos, muitas vezes, também não perdoam. No entanto, toda a pose pestiana está lá, aqueles gestos que os fãs de Pop Dell’Arte sempre identificaram com João Peste.
Centrado nos mais recentes temas de «Transgressio Global», portadores de toda a magia transgressora que Peste sempre pôs nas suas composições, o concerto foi extraordinário, mas também porque a banda não deixou de visitar temas que são autênticas tatuagens no corpo popdell’artiano. Entre elas «Rio Line», «My Funny Ana Lana», «Sonhos Pop» ou ainda «Avanti Marinaio».

Do novo álbum ouviu-se, para além do tema de abertura, «King of Europe», «Style is the answer (to almost everything)», «Phsyco-Urban-Jungle-Rock», «Sem nome» e «Panoptical Architecture for Empty Streets in a Silent City», entre outros.
Em palco, os temas ganham uma força e intensidade que agarram a plateia e as quebras e os devaneios dispersam os espíritos presentes para recentrá-los na mensagem. “Trangride todos os teus limites”, Peste dixit in «Anonimous.

Acompanhado pelo fiel escudeiro Zé Pedro Moura, no baixo, e ainda Paulo Monteiro, na guitarra, e o energético Ricardo Martins, na bateria, João Peste fechou o concerto dos Pop Dell’Arte na cidade Invicta, mais concretamente na Pasteleira, com o extraordinário «Querelle», tema-alma da banda lisboeta, porque seu definidor enquanto conceito e estética. Está tudo em «Querelle», folks!
Nota final para a presença de alguns moradores do bairro de idade vetusta, que, apesar do incómodo das luzes vindas do palco, resistiram estoicamente até ao fim! Bem hajam!










