reprodução twitter PS
- publicidade -

António Costa venceu as Legislativas 2022 de forma clara e levou o PS a uma maioria absoluta. Os outros vencedores da noite foi o Chega que é neste momento a terceira força política, a IL também captou muitos mais votos que na eleição anterior e o Livre consegue manter um deputado, pelo circulo de Lisboa. Os derrotados estão bem à vista. O PSD ficou em segundo lugar e ficou com menos lugares no hemiciclo, comparativamente às eleições de 2019. Na noite de ontem, Rui Riu abriu a porta à sua saída e Francisco Rodrigues dos Santos, líder do CSD-PP foi mais longe tendo mesmo se demitido, como resultado da não eleição de nenhum deputado para a Assembleia da República. Os outros derrotados da noite eleitoral foram o Bloco de Esquerda que elegeu apenas cinco deputados, contra os 19 que tinha até então. A CDU também reduziu os lugares parlamentares de 12 para seis e o PAN elegeu apenas um elemento, contra os quatro lugares que tinha ganho em 2019.

Mal bateram as 20h00 as primeiras projeções dava uma possível maioria absoluta para o PS. E à medida que a noite foi avançando, essa possibilidade foi sendo cada vez maior e em contraste a esquerda foi perdendo folego. Mas desde a primeira hora que o Chega se perfilou para passar a ser a terceira força política, ou que veio a acontecer. De apenas um deputado passou a ter 12 lugares no Parlamento. André Ventura não está sozinho e a dada altura do seu discurso deixou um aviso: “António Costa, vou atrás de ti agora. Seremos a oposição em Portugal”.

António Costa o grande vencedor

O grande vencedor da noite eleitoral foi António Costa. Ele que durante a campanha eleitoral foi pedindo a maioria absoluta, depois deixou de a pedir, mas o que é certo é que o povo português deu a segunda maioria absoluta ao PS para governar durante mais quatro anos.

O PS garantiu 117 deputados em 230 lugares possíveis, o que em termos percentuais corresponde a 41,68. Apesar desta maioria absoluta, António Costa prometeu uma “maioria absoluta de diálogo”, até porque, sublinhou, “uma maioria absoluta não é o poer absoluto, não é governar sozinho”, mas disse mais. “Os portugueses mostraram um cartão vermelho a qualquer crise política, desejam estabilidade, com certeza, segurança e um Governo do PS para os próximos quatro anos”, afirmou.

André Ventura conquista o terceiro lugar

O Chega conquistou o tão desejado terceiro lugar no parlamento e nas intenções de voto. Depois de ter conquistado pela primeira vez em 2019 um lugar no Parlamento, nas eleições deste domingo, o Chega garantiu 12 deputados, representando 7,15%, com 385.543 votos. Foi uma subida sem precedentes e o contentamento de André Ventura foi notório no rescaldo da noite eleitoral. “O Chega prometeu e cumpriu: somos a terceira força política em Portugal”, disse. No seu discurso apontou baterias ao Primeiro-Ministro afirmando que “António Costa, eu vou atrás de ti agora”, sublinhando que “se o PSD não fez o seu trabalho, nós faremos a partir de agora e seremos a oposição em Portugal.

IL também cantou vitória

O Iniciativa Liberal também saiu com um sorriso destas eleições. Cotrim de Figueiredo também não vai estar sozinho no Parlamento, visto que o IL terá agora 8 deputados e é a quarta força política em Portugal. O líder do partido prometeu uma “oposição implacável ao socialismo”. João Cotrim de Figueiredo afirmou, já muito próximo da meia noite que “com ideias, sem protagonismo, com rigor, é possível tirar pessoas da apatia, é possível crescer eleitoralmente, é possível dar esperança aos portugueses”.

Livre elege um deputado

O partido Livre elegeu um deputado, Rui Tavares, pelo círculo de Lisboa. Rui Tavares discursou dizendo que “vamos comemorar o oitavo aniversário do Livre com o regresso à Assembleia da República para ficar, para sermos os representantes da esquerda verde europeia em Portugal, preenchendo finalmente uma lacuna de décadas”.

Os derrotados

Há vários derrotados que saíram desta noite eleitoral. Desde logo o PSD que não conseguiu vencer o PS nem contribuir para uma maioria de direita. Em discurso de balanço, Rui Riu admitiu um “resultado substancialmente abaixo” do esperado. Não colocou o lugar à disposição mas abriu a porta à sua saída dizendo que “não estou a ver como posso ser útil ao PSD se o PS tiver maioria absoluta”. Ainda assim, foi perentório em descobrir o responsável pela derrota. “Sou eu, quem é que havia de ser?”, disse.

Outro dos grandes derrotados da noite eleitoral foi o CDS-PP que não elegeu qualquer deputado. O Presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, assumiu a derrota e anunciou ter pedido a demissão, por ter deixado de “reunir condições para continuar a liderar”. Afirmou ainda que este é “um mau resultado para o CDS, que ao final de 47 anos perde a sua representação parlamentar”.

O Bloco de Esquerda foi outro dos derrotados, tendo baixado a sua representação na Assembleia da República de 19 para cinco deputados. Catarina Martins, fazendo o balanço da noite eleitoral num Capitólio cheio de apoiantes e militantes afirmou que “o resultado do Bloco de Esquerda é um mau resultado, é uma derrota e neste partido encaramos as dificuldades como elas são”. Catarina Martins disse também que a “bipolarização ” pelo primeiro lugar “era falsa” e originou “uma enorme pressão de voto útil que penalizou os partidos à Esquerda”. Falou ainda sobre André Ventura, afirmando que “este também é um mau resultado por causa do resultado que teve a extrema-direita e o Chega, que devemos abordar com clareza. Cada deputado racista eleito no Parlamento português é um deputado racista a mais e cá estaremos para os combater todos os dias”.

A CDU elegeu apenas metade dos deputados, ou seja seis, contra os 12 que teve em 2019. Sublinhar que João Oliveira e António Filipe não foram eleitos pelos seus círculos e portanto ficam de fora da Assembleia. Jerónimo de Sousa, secretário-geral do partido admitiu que estes resultados foram “um retrocesso eleitoral com significativa quebra de deputados, inclusive a representação institucional do PEV”. Ainda assim, deu abertura para entendimentos com o PS. Ainda sobre os resultados, Jerónimo de Sousa disse que “ficam aquém do trabalho realizado”.

O PAN elegeu apenas um deputado e mesmo ao cair do pano. O partido Pessoas-Animais-Natureza elegeu apenas a sua líder, Inês de Sousa Real, por Lisboa, quando em 2019 tinha conseguido assento parlamentar para 4 pessoas. No seu discurso, Inês Sousa Real assegurou uma reflexão. “Eu própria convidarei o partido a fazer essa reflexão”.

Distrito do Porto deu a vitória ao PS

O Distrito do Porto, constituído por 18 cidades deu a vitória ao PS com 42,53%, configurando 19 deputados. Em segundo lugar ficou o PSD com 32,33%, correspondente a 14 deputados. Em terceiro lugar ficou o Iniciativa Liberal com 5,11%, correspondentes a 2 deputados, os mesmos que Bloco de Esquerda e Chega, sendo que estes dois últimos partidos tiveram 4,78% e 4,37% respetivamente.

Cidade do Porto dividida

A cidade do Porto, com 132.157 votantes, deu a vitória ao PS mas por muito pouco. Os socialistas tiveram 35,08% dos votos contra 34,68% do PSD. A IL obteve o terceiro lugar com 7,81%.

- publicidade -