Maio, esse mês maduro, não traz grandes nomes aos palcos da cidade do Porto, mas a oferta, como habitualmente, é muita e variada para os amantes do rock e seus derivados. Ainda assim, há muitas estreias na Invicta, como os veteranos The March Violets ou os mais novos SDH e Ducks Ldt. De resto há muita coisa e ainda «Prata» trazida pelos fascinantes Máquina. Ficam algumas propostas…
Logo no dia 2 (quinta-feira), o Maus Hábitos é tomado de assalto pelo som pesado dos alemães Downfall of Gaia, uma noite que conta ainda com os catalães Syberia. Já pelo Café da Casa da Música passam os portuenses Population: 5, que acabam de editar um álbum em vinil de 12 polegadas, “onde dão a conhecer o seu rock’n’roll primitivo, boémio e distópico”. No Ferro Bar, ali na Rua da Madeira, o palco é de Tuff Guac, projeto a solo de Rafael Valles Hilario, que vai do pop orelhudo dos anos 60 ao fuzzy garage rock e que vai apresentar o seu novo disco «Swanky Love», editado já este ano.
Sábado (dia 4), os SDH (Semiotics Department Of Heteronyms) levam até ao M.Ou.Co. a sua synthpop de sabor industrial, enquanto o Barracuda dá palco aos Spitgod e aos Estrikinina. Já o Woodstock 69 recebe mais uma sessão do Super Bock Super Nova, com Simbiose, Manferior e Scatterbraniac a darem música… daquela agrestezinha!
No domingo, ao final da tarde, a Socorro Record Store proporciona três momentos de punk, doom e muito rock, com os brasileiros Água e ainda Idle Hand e Vansick.
Quarta-feira (dia 8), assinala-se a tardia estreia em Portugal dos veteranos The March Violets, banda inglesa formada há 43 anos em Leeds e liderada por Rosie Garland. O Hard Club é o palco para muitas surpresas neste regresso aos palcos, incluindo novos lançamentos e novas interpretações de clássicos como «Grooving in green», «Snake dance» ou «Turn to the sky».
No dia seguinte (9), há nostalgia punk e garagem, da que soa bem em qualquer época, com os franceses Dye Crap, no Maus Hábitos.
E, na sexta-feira (dia 10), pelo Barracuda passam os Puto, Memorial State e Dead Worms.
Sábado (dia 11), a Socorro recebe os Alcatune e Re . Do, enquanto os Wipeout Beat levam as suas riscas até ao Barracuda.
E porque «Não se passa nada às segundas», dia 13, com a habitual curadoria da Saliva Diva, os Evaya apresentam o seu novo álbum, na Socorro.
Terça-feira (dia 14), o duo canadiano Ducks Ltd. estreia-se no Porto, no Auditório CCOP, numa noite que conta ainda com os portugueses Hause Plants. Já o Maus Hábitos recebe os australianos Sunfruits, que trazem na bagagem a sua pop psicadélica.
No dia seguinte (16), o 4º Andar do nº 178 da Rua de Passos Manuel serve Aspirina #006, com Idle Hand e Hazing Lungs.
Sexta-feira (dia 17), há Krake e The June Carriers, na Socorro, enquanto pelo palco do Maus Hábitos passam os Veenho, uma banda noise-pop que faz colagens lo-fi, marcadas pela dicotomia barulho/melodia e caos/harmonia.
Dia 18, os Rumours levam o seu indie rock até à Socorro, ao passo que no Barracuda tocam os Palegazer, Clericbeast e ainda Reia Cibele.
Quinta-feira (dia 23), o Maus Hábitos acolhe uma das bandas que mais furor tem feito nos últimos tempos, fruto da sua intensidade sonora, baseada em repetições minimalistas do kraut rock e em sons mais industriais do techno, desafiando as fronteiras dos géneros. Falamos do trio lisboeta Máquina, que levam até ao Maus Hábitos o seu segundo álbum de originais, «Prata», editado no início de Abril. A noite conta ainda com os Kurtis Klaus Ensemble, de regresso à plateia onde se estrearam ao vivo.
Na sexta-feira (dia 24), Albert Fish e Sense May são os protagonistas de mais uma noite Infected Records no Barracuda, enquanto os Summer of Hate e Ramos Chiller actuam na Socorro. No Maus Hábitos, há Sleep Therapy, que levam a palco o álbum de estreia «Nothing, Nowhere», e ainda a jovialidade, energia e paixão dos Zebra Libra.
No dia a seguir, ou seja, sábado (dia 25), hardcore de qualidade com os agitados Hetta, na Socorro, que no domingo promove uma internacional «Oscila III», com Vile Karimi, os ingleses Zarya e o espanhol Emil Saiz.
Terça-feira (dia 28) há «Grinding Porto» no Barracuda, com os norte-americanos Odor e Mephitic Corpse e ainda os «tugas» Morto, uma noite Nightfear Productions. No dia seguinte (29) é a vez de Ramos Chiller e Tiago Nóia tomarem o palco da sala da Rua da Madeira.
Com o fim do mês à espreita, dia 30, os portuenses Blind Zero actuam na Casa da Música, numa noite em que apresentam o seu nono álbum de originais, «Courage and Doom». Quando assinalam três décadas de músicas, os Blind Zero levam não só as paisagens sonoras densas e atmosféricas do novo disco, mas também temas marcantes destes 30 anos de canções. Já no Maus Hábitos o palco é de Peenoise e do seu som catastrófico e caloroso e sempre de olho posto na experimentação.
A fechar o mês, há Cavalheiro e Azurara, na Socorro. Maio é mês igualmente do primeiro festival open air. Trata-se do North Music Festival, que este ano se muda da Alfândega do Porto para o Parque de Serralves e decorre nos dias 24, 25 e 26. Porém, à semelhança de outros festivais, o North Music deixou cair o rock e abraçou outras tendências musicais mais comerciais e comercializáveis (pelos vistos). Paz à sua alma!…
