Passou um pouco mais de um ano após o Covid-19 ter entrado nas nossas vidas e, com ele, um conjunto novo de regras, hábitos, máscaras fora do período carnavalesco e medo, muito medo. Com ele saíram para a “ribalta” (algo que nenhum deles desejaria) um conjunto de profissionais de saúde que nos ajudaram a combater esses receios e tentar resistir da melhor maneira possível.
Como de saúde pública, de cuidados intensivos, de vacinas e por aí fora, já os ouvimos falar muito, pensei fazer algo parecido com o que fiz logo a seguir à crise económica da década passada onde recolhi depoimentos de algumas personalidades sobre os seus gostos e hábitos musicais. Como tivemos três fases de pandemia, apostando e desejando que não iremos ter uma quarta, elaborei igualmente três questões que apresentei a alguns dos especialistas que quase diariamente nos entram pela casa dentro.
Vamos então deixá-los “dar música ao covid”!
- Que tipo de música (ou tipos) mais aprecia? Quais os seus artistas musicais preferidos? Qual tem sido a banda sonora durante este período covid?
Aprecio especialmente ser surpreendido e não saber qual a música que vai tocar em seguida. É especialmente agradável gostar de algo que nunca se ouviu antes. Por esta razão, cada vez mais tenho a tendência de não tocar as minhas listas e deixar a minha sorte a algoritmos que selecionam a música por mim.
- Dependendo da atividade de cada um de nós, quase todos temos musicas preferidas, às quais recorremos quando nos queremos inspirar ou ajudar a ultrapassar momentos mais delicados. Qual é a sua música para estas situações?
Não tenho especificamente uma música preferida. Tenho um conjunto de músicas, de estilos aliás bastante diferentes, que frequentemente utilizo quando estou a trabalhar. Nem sei quem são grande parte dos artistas. Incluem Caribou, Dead Combo, Gotan Project, Herbie Hancock, e muitos outros.
- Agora, literalmente, vai dar música ao covid. Ainda estamos a meio desta batalha, no entanto, já se vislumbra uma luz ao fundo do túnel. Escolha um tema que recomendaria a quem lê estas linhas para ouvir quando o pior passar e explique a razão da escolha.
Escolheria Lisboa Mulata dos Dead Combo. Representa para mim o melhor da vida tranquila na cidade de Lisboa que ficou em suspenso desde Março de 2020. A mistura cosmopolita de sons de várias origens, o clima de alegria, a proximidade com outras pessoas. Esta é uma música para ouvir com um grupo de amigos quando o distanciamento social for uma memória do passado.