Sob uma densa cortina de fumo e luzes fortes vindas do fundo do palco, Andrew Eldritch e os «seus» The Sisters of Mercy subiram ao palco da lotada Sala 1 do Hard Club para uma viagem histórica (a banda não grava um álbum há 33 anos), mas ainda assim carregada de hinos.
Depois de na véspera terem cancelado, em cima da hora, o concerto de Lisboa por indisposição de «um» elemento da banda (vá-se lá saber quem!!!!!!!), The Sisters of Mercy apresentaram-se no Porto de cabeça erguida e com atitude.
Com a barragem de luz e fumo a proteger Eldritch, o “entretenimento” das hostes ficou mais a cargo de Ben Christo e de Kai e as suas diatribes com as guitarras.

Em contraste, atrás no palco, imóvel e semi-camuflado, estava Doktor Avalanche, a drum machine que acompanha Eldritch desde o início da banda, e que no Porto foi operada por Chris Catalyst, a marca o ritmo e a impor a ordem das coisas.
Hinos ouviram-se muitos e para quem tudo perdoa a Andrew Eldritch, ou seja, os fãs de The Sisters of Mercy, o concerto cumpriu a expectativas, quanto mais não seja pela audição de temas como «Dominion/Mother Russia», «Marian», «More», «I was wrong» ou «Crash and burn», entre outras.
Mas o melhor os ingleses guardaram para o fim. Com um encore verdadeiramente corrosivo, a fazer qualquer um viajar no tempo, composto simplesmente por «Lucretia my reflection», «Temple of love» e «This corrosion», os The Sisters of Mercy agarraram em definitivo a plateia, que ali, sim, ficou rendida.
Sabe sempre bem ouvir temas eternos dos The Sisters of Mercy, mas já não é o que era… Ainda assim deu para limpar algumas imagens menos positivas que deixaram em anteriores passagens pelo nosso país.