E ao segundo dia, o espírito do rock encheu o Couraíso e o público não se negou. Apesar da grande atracção do dia ser o fenómeno Lola ‘Messy’ Young e ainda os Portugal, The Man, foi maioritariamente no Palco Bacana Play que aconteceram os momentos do dia 2 do Vodafone Paredes de Coura.
Quando o rock toma conta dos palcos, sente-se a magia no ar, os festivaleiros entusiasmam-se e os seguranças não têm descanso.

Tudo começou com os Linda Martini, que abriram o Palco Vodafone. Iguais a si próprios, foram os lisboetas os primeiros a conquistar em pleno a plateia, provocando o primeiro mosh pit, algo que os festivaleiros de Coura adoram. O concerto foi curto, mas consistente e bem esgalhado perante uma plateia um pouco composta. Os Linda Martini já têm estatuto para tocar num outro horário e não quando a maior parte do pessoal ainda está a banhos no rio Coura.

Mas foi um pouco mais tarde que o rebuliço se instalou no festival, primeiro, com os britânicos Fat Dog e Soft Play e ainda os bracarenses Travo.

Fat Dog foi um assombro! Entre sonoridades mais rudes e um constante apelo à dança, é a performance do vocalista Joe Love, que praticamente não esteve em cima do palco, que incendeia ainda mais os ânimos na plateia.

E aí, foi a agitação que imperou. Dezenas de crowdsurfers, mosh pit intenso e alargado… Aliás, pode dizer-se que, pelo menos, até à régie de som a plateia era um imenso mosh pit. Intensidade e pujança é como se resumem os cerca de 50 minutos que os londrinos estiveram em palco.

Enquanto Lola Young se emocionava perante a recepção que teve no anfiteatro natural da música, o duo britânico Soft Play (ex-Slave), assim que entrou em palco, começou logo a partir a louça toda.

A energia contagiante de Isaac Holman (bateria e voz) e Laurie Vicent (guitarra) atropelou, literalmente, o público. Uma agitação brutal, com um entusiasmo fascinante, com toda a gente muita satisfeita, como se comprovava pelos sorrisos nos rostos de miúdos e graúdos.

Um bem-haja para Isaac Holman que motivou a plateia a abrir um mosh pit exclusivamente feminino que foi a delícia delas. Um momento único e muito bem feito, pois há muito gajo bruto nos mosh pits.

Em substituição dos Maruja, os bracarenses Travo, que já no Sobe à Vila tinham deixado a sua marca, estiveram ao nível dos seus antecessores no palco ‘secundário’. Estiveram simplesmente intratáveis, demonstrando que a vaga que surgiu por falha dos Maruja poderia, logo à partida, ser deles.

Guitarras tresloucadas e ao rubro e uma potente batida transformaram a plateia num autêntico inferno de agitação.

No Palco Bacana Play, as honras de abertura foram para os barcelenses Glockenwise, que foi um momento de aquecimento delicioso. Sem cedências na sua sonoridade, marcam pela diferença e pelas composições. São rapazes modernos!

Tudo o resto passou ao lado deste vosso devoto escriba, mas os festivaleiros, que voltaram a lotar por completo o recinto, ficaram bastante agradados com tudo o que viram e ouviram.

Hoje há mais…