Aí está Dezembro, o mês que fecha o ano, o mês das festividades natalícias, o mês das prendas… E este mês 12 do ano 2025 tem algumas prendas para os melómanos do Porto. Wardruna e Maruja são cabeças-de-cartaz, mas os concertos estão esgotados há muito, mas há muito mais a acontecer, como o regresso a casa dos Gaerea, a celebração de três décadas de Tara Perdida ou dos 45 anos de «Cavalos de Corrida», dos UHF. E uma nota muito especial para as inúmeras apresentações ao vivo de discos novos de muitas bandas nacionais. Destaque para um de muitos, «Acetate», o álbum de estreia dos Hetta, um disco carregado de fúria hardcore. Mas há mais, muito mais…

Dezembro no Porto arranca em grande com a muito desejada visita dos Wardruna, na Casa da Música, tão desejada que a promotora Amplificasom teve que duplicar a data, pelo que o coletivo norueguês, fundado e liderado por Einar Selvik, actuará, novamente, no dia seguinte (2). Ainda assim, há muito que os bilhetes esgotaram, pelo que será só para quem não facilitou. Ainda no primeiro dia do mês, com curadoria da Saliva Diva, há Correr Andar e Deambula na Socorro, porque, como se sabe, «Não se passa nada às segundas».

Quarta-feira (dia 3), o Mouco recebe também um concerto há muito esgotado e que leva a palco os ingleses Maruja, que trazem na bagagem o seu álbum de estreia «Pain to Power Tour». Para os que não conseguiram bilhete, há sempre a possibilidade de irem até ao Espaço da Lovers & Lollypops, onde os Má Estrela apresentam «Tornada», o segundo capítulo de uma viagem que “atravessa o dub, o trance urbano e o eco hipnótico das danças quebradas”.
No dia 4, no Hard Club, há black metal com chancela tripeira no regresso à Invicta dos Gaerea, que contará ainda com os Apotheus. À tarde, os Gaerea estarão na Socorro para uma acção de promoção. Já no Auditório CCOP, os também portuenses Best Youth sobem ao palco para celebrar 10 anos de «Highway Moon», o seu álbum de estreia. No Ferro Bar, os protagonistas são os luso-suecos Sunny A.M., enquanto o Maus Hábitos recebe a Capital da Bulgária.

Sexta-feira (5), o Barracuda acolhe a Noite Forstbite, com concertos de Villedog, Keimar e Bones In Ashes. ben&G e O Simples Mente estarão no RCA – Radioclube Agramonte para apresentarem, respectivamente, o álbum «Sem Pressão» e o EP «Atropelei-me». Já o Understage, do Teatro Rivoli, recebe, pela mão da Lovers & Lollypops, o violinista indiano Sumanth Manjunath e o saxofonista alemão Julius Gabriel, que prometem um diálogo musical que mistura elementos de música clássica indiana, jazz e música drone. Nos Jardins do Palácio de Cristal, o palco é para Lena d’Água e para a grega Lena Platonos. No âmbito do festival Som Desorganizado 2025, a Sonoscopia acolhe, para além de palestras e workshops, concertos de Shakeeb Abu Hamdan e de Jonas Cambien e José Lencastre, um festival que se estende para o dia seguinte (6), com concertos de Simon Whetham e Vicente Mateus e de Lea Bertucci.

E se sexta-feira oferece muitas opções, sábado (6) não lhe fica atrás. Enquanto Noiserv, a celebrar 20 anos de carreira, apresenta na Sala Suggia, da Casa da Música, o seu quinto e novo álbum «7305», os Tara Perdida celebram 30 anos de estrada e muito punk rock na Sala 2. Já o Auditório CCOP recebe Tholoi, “uma espécie de festival que dá palco a sonoridades pouco convencionais”, com concertos de Wolfskin, Durvena Cabina, Homo e Karnnos. No Barracuda, a Apuros 14 assinala três anos de vida,com banda-sonora de Bastonada, Mangualde e Gonkallo. No Woodstock 69, o palco é para os Greengo e Ocultara, enquanto, um pouco mais afastado, no Fórum Cultural de Ermesinde, o palco é para os Mão Morta.

E domingo (7), véspera de feriado, também não está mal… para um domingo! No Woodstock 69 é tempo de doom com o regresso ao Porto dos Red Eye, uma noite com selo da As Below So Above, que conta ainda com os Palegazer. No Barracuda, a Mondo Negro apresenta os franceses Bleakness e os tugas Demente. Para quem gosta… Capitão Fausto com Orquestra da Academia de Música Costa Cabral, na Avenida dos Aliados. Já no Ferro Bar, o protagonista é Ryder The Eagle.
Quinta-feira (11), os Mordo Mia apresentam, no Maus Hábitos, o seu segundo álbum, «Chumbo Côncavo», editado pela Saliva Diva, em Outubro. Pelo palco passarão ainda os donaranha.

Já na sexta-feira (12), os Faca/Cega fazem a sua segunda apresentação pública, desta feita na cave do Espaço Lovers & Lollypops. No Hard Club, os Pluto assinalam 20 anos de «Bom Dia», enquanto os Conferência Inferno actuam no Plano B. Para a apresentação do seu álbum de estreia, «Mirror Mine», os Zakarella convidaram os It Might Be A Camel para os acompanhar na noite no Woodstock 69.
Em parceria com a Bolhão Records, o Barracuda apresenta, no sábado (13), os galegos Keltoil e os portugueses Grito! e 98 Axe. Na Escola Normal, o portuense synth pop duo Husbands apresenta o seu EP de estreia, «Scénic Saint Laurent». No RCA – Radioclube Agramonte o palco é para Toni e Themandus, que no dia seguinte (14) recebe os Burgueses Famintos e os The First Time You Saw A Butterfly. Ainda dia 14, o auditório da Central Elétrica do Porto recebe o Grupo Operário do Ruído, acompanhado por Gustavo Costa.

Quinta-feira (dia 18), os montijenses Hetta apresentam «Acetate», o seu álbum de estreia, no Espaço da Lovers & Lollypops. “Nunca antes os Hetta soaram tão furiosos, pausados e melódicos num mesmo fôlego, a topar a vida que palpita em tudo isto”, diz o memorando de lançamento do disco, portanto, estejam preparados. Os Idle Hand apadrinham o momento. No Maus Hábitos, o regresso dos The Parkinsons à Invicta com a sua vertigem sonora de punk, garage rock e rockabilly.
Dia 19, com selo da Shark Attack e da Born to Resist, o Ferro Bar recebe «Born to Bite», com concertos de Take Back, Fear The Lord e Clericbeast. Enquanto no RCA – Radioclube Agramonte o palco é para os Trasgo, no Maus Hábitos é para Os Duques do Precariado, que vão apresentar o seu segundo disco, «Encarnação».

Para sábado (20), três propostas com elencos nacionais: Offtides e Husbands, no Barracuda; J. Mystery, no Mouco; e Booby Trap e Disaffected, na Socorro.
Domingo (21), no espaço Amparo 99, na rua do Amparo, há concertos de Ballet Betão, The First Time You Saw A Butterfly, The Energy of Rising/Falling, Máquina Abstrata e S(ink)th, para celebrar o Solistício.
Comido o bacalhau e, para os mais crentes, assistida a Missa do Galo, na sexta-feira (dia 26) há Punk pela Palestina, que junta, no Barracuda, bandas como Ideal Victim, Vürmo, Fuck It e Tchula Bombarda. Na Casa da Música, os UHF assinalam 45 anos de «Cavalos de Corrida», tema que já imortalizou a banda de Almada.

Sábado (27), a Casa da Música recebe a primeira apresentação dos Delfins na celebração de 40 anos de carreira. A digressão «U Outro Lado» tem nova apresentação na Sala Suggia no dia seguinte (28). Enquanto isso, ainda no sábado, na Sala 2, o palco é para os Budda Power Blues, que, a assinalar 21 anos de banda, vão gravar um álbum de temas inéditos ao vivo perante o público da Casa da Música. No Barracuda, no Ultimate Mosh of the Year, a festa é com Holocausto Canibal e Vai-te Foder. Já no RCA – Radioclube Agramonte celebra-se o aniversário do Estúdio Cedofeita, com actuações de Muay e Divã.

Com o mês e o ano na ponta final, as festividades rockeiras centram-se um pouco na Rua da Madeira. Assim, no dia 30, celebra-se o 10º Aniversário dos 47 de Fevereiro, com actuações dos próprios e de convidados especiais, no Barracuda, que, no último dia do ano, dá palco aos Sereias, que têm um tema novo, intitulado «Extrema-Direita Fascista». No mesmo dia 31, mais acima na rua, no Ferro Bar, o palco é para os Krypto.

Findo mais um ano, esperemos que 2026 traga ares novos, que a extrema-direita fascista vá para o lugar dela, que é no lixo, e os palcos da Invicta continuem a acolher muitas bandas e músicos, nacionais e estrangeiros, em grande quantidade, mas, especialmente, de qualidade. E é sempre bom lembrar que é necessário apoiar as bandas e as salas locais para que haja futuro para a música mais marginal(izada)!!!

