Jorge Costa (1971–2025): o Capitão de Aço do Futebol Português
Faleceu esta terça-feira, dia 5 de agosto de 2025, Jorge Costa, antigo internacional português e um dos mais emblemáticos defesas centrais da história do F.C. Porto. Tinha 53 anos. Foi vítima de uma paragem cardiorrespiratória súbita ocorrida no centro de treinos do clube, no Olival, onde atualmente exercia funções de diretor do futebol profissional.
Conhecido como o “Bicho”, Jorge Costa foi sinónimo de entrega, liderança e intensidade dentro de campo. A sua carreira enquanto jogador é inseparável da história recente do F.C. Porto, clube que representou com devoção durante quase duas décadas.
Da formação ao título europeu
Natural do Porto, Jorge Paulo Costa Almeida nasceu a 14 de outubro de 1971. Iniciou a formação no F.C.Porto, onde rapidamente se destacou pelo físico imponente e leitura defensiva. Estreou-se na equipa principal em 1990, tendo passado por empréstimos no Penafiel e Marítimo antes de se afirmar como titular indiscutível dos dragões.
Com a braçadeira de capitão, liderou o F.C. Porto em múltiplas conquistas nacionais e internacionais, incluindo:
- 11 Campeonatos Nacionais
- 6 Taças de Portugal
- 8 Supertaças Cândido de Oliveira
- 1 Taça UEFA (2003)
- 1 Liga dos Campeões (2004)
Sob o comando de José Mourinho, foi peça-chave na histórica campanha europeia que culminou com a glória em Gelsenkirchen. Fez parte da “espinha dorsal” que marcou uma era no futebol português.
Ao serviço da Seleção A de Portugal, Jorge Costa somou 50 internacionalizações, tendo participado no Euro 2000, onde Portugal chegou às meias-finais.
Teve uma breve passagem pelo futebol inglês, ao serviço do Charlton Athletic, mas o regresso ao Dragão seria inevitável. A sua ligação ao clube era visceral.
Treinador e dirigente
Após pendurar as botas em 2006, Jorge Costa iniciou carreira como treinador. Passou por clubes como SC Braga, Académica, Olhanense e AEL Limassol (Chipre), e também treinou fora da Europa, com experiências nos Emirados Árabes Unidos e Tunísia.
Em 2024, regressou ao F.C. Porto como diretor do futebol profissional, num momento de transição após o fim da longa presidência de Jorge Nuno Pinto da Costa. O regresso à casa que o viu nascer enquanto jogador foi encarado como uma missão de continuidade e identidade portista.
Jorge Costa será lembrado como um dos melhores defesas-centrais da história do futebol português. A sua combatividade em campo valeu-lhe tanto críticas como respeito: foi acusado de ser “duro demais”, mas nunca deixou de ser leal aos princípios do jogo e ao escudo que defendia.
Era um líder natural, um capitão genuíno. Um homem à Porto.
A sua morte deixa um vazio profundo na estrutura do clube, na cidade do Porto e no futebol nacional. À família, amigos e à comunidade portista, o GlobalNews endereça as mais sentidas condolências.
Até sempre, Capitão.