Foi ao som dos ruidosos uivos vindos da plateia e com o palco já invadido por uma dezena de jovens melómanos do futuro que Wolf Manhattan, a nova pele de João Vieira, se despediu do muito público presente, no passado dia 3 de Fevereiro, no Auditório CCOP, no Porto, após a primeira apresentação pública da personagem e do disco epónimo.
Wolf Manhattan, esse jovem produtor musical dos idos anos 1990, que fazia do quarto um estúdio de gravação, apresentou-se de fato azul, de largos quadrados desenhados a branco, camisola vermelha com gola, botim branco e cabelo cor de laranja e fez-se acompanhar em palco por um fantasma (André Tentúgal, órgão e guitarra) e uma espécie de astronauta sem capacete (Fernando Sousa, guitarra e órgão). Pelo meio, um geek de fato-de-macaco a fazer hula hoop, um coelho que mais parecia saído de uma história como a de Alice no País das Maravilhas e ainda um crocodilo unicórnio.
O cenário estava montado, o ambiente criado e, finalmente, Wolf Manhattan deu-se a conhecer. A sonoridade lo-fi, que balança entre o folk e o anti-folk e exala uma fragrância pop, é marcadamente rock. A simplicidade do órgão e da guitarra, acompanhadas apenas pela caixa de ritmos, abre horizontes a um som cru e directo que cativa.
A actuação terminou com uma interpretação à Wolf Manhattan de «Dancing in the dark», de Bruce Springsteen, que pôs o público, literalmente, a uivar!
fotos: Pedro Vasco Oliveira

