Arranca com um feriado o mês de Novembro, este ano proporcionando um fim-de-semana prolongado, o que é sempre bom para as agendas das salas que acolhem concertos. O penúltimo mês de 2024 no Porto vem recheado de bons cartazes com destaque para as presenças na cidade Invicta dos britânicos Temples, dos belgas Whispering Sons, do norte-americano Marky Ramone ou do português Jorge Palma. Ah, e ainda propõe dois festivais: um de música, o Amplifest, já esgotado; e outro de documentário, o Porto/Post/Doc, cuja programação se cruza com a música na categoria «Transmission».

Assim, dia 1, no Barracuda há uma Halloween Metal Party, com a banda-sonora a cargo dos Yaatana, dos Drash e ainda dos galegos El Muerto, e, mais acima na Rua da Madeira, no Ferro Bar, o palco é dos Máquina e dos Blanche Biau. No M.Ou.Co., apresentam-se os Heavy Lungs, conhecidos pela sua energia crua e visceral e som explosivo. Já na Super Bock Arena a noite é de Jorge Palma, que, para além da sua banda, será ainda acompanhado em palco por alguns convidados especiais, como Manuela Azevedo e Rui Reininho, que participaram no seu último álbum «Vida». Ainda na sexta-feira, os Trasgo tocam no Jubilant Espaço Cultural, ali à Avenida Fernão Magalhães, num evento que conta ainda com uma performance pelos Fermento e… um concurso de máscaras.

Sábado (dia 2), há M.E.D.O. e Deadly Mind no Barracuda e, no vizinho Ferro, o palco é de Black Lavender & Foque. Já no Espaço AL859, acontece a Chuinga #00,

com concertos dos 3 Warning Shots, trio formado por Miguel Flores (guitarra e voz), Francisca Sousa (baixo e voz) e Fábio Pereira (bateria), apresentam o seu primeiro registo discográfico intitulado «Pilot», e ainda dos Criatura-dança e do Duo São Mansinhos e ainda uma performance Rádio Sonoplasmática. Começa às 16h00 e termina às 21h00.
Domingo (dia 3), Luca Argel apresenta no Salão Ático, do Coliseu Porto Ageas, o álbum «Visita», o sexto do músico, poeta e escritor luso-brasileiro.
Dia 4, porque «Não se passa nada às segundas», a Socorro recebe os Splitterzelle.
Na quinta-feira (dia 7), os We Bless This Mess, juntamente com os Memorial State, animam a noite no Maus Hábitos, enquanto, na Socorro, o palco é dos franceses Nuit Bleue e ainda dos Fort Benny. Na Super Bock Arena, Pedro Abrunhosa cumpre a primeira etapa da sua mini-residência portuense «Viagens 3.0», a celebração de três décadas sobre a edição do seu álbum de estreia, «Viagens», que integra temas icónicos como «Não Posso +», «Socorro» ou «É Preciso Ter Calma». O músico portuense sobe novamente ao palco da Super Bock Arena nos três dias seguintes (o já esgotado 8 e ainda 9 e 10). Ufa!…

Dia 8, a noite promete. No Hard Club acontece o regresso dos belgas Whispering Sons, que vêm ao Porto apresentar o mais recente álbum de originais, «The Great Calm». No Maus Hábitos, o palco é do Homem em Catarse, enquanto no Barracuda o sonoro estará a cargos dos italianos Iena e ainda dos nacionais Ideal Victim e 98 Axe. Na Socorro, há Acid Acid e Dreamweapon. Dia 8 marca ainda o arranque da 10ª edição do Amplifest, festival que navega por sonoridades profundas, densas e de negritude cintilante, com um dia aberto à cidade. Ou seja, começa com um concerto de Velho Homem, no Mercado do Bolhão, depois uma apresentação da violoncelista sul-coreana Okkyung Lee, em Serralves, e fecha com um evento no Ferro Bar, que conta com um concerto de John Cxnnor e ainda uma listening session do álbum «The Crying Out of Things», dos The Body.

O Amplifest prossegue nos dias 9 e 10, no Hard Club, uma 10ª edição já esgotada há muito e que conta com nomes como LLNN, Fvnerals, Russian Circles, Ufomammut, UF, The Body & Dis Fig, Decline and Fall, Yoo Doo Right, Oranssi Pazuzu ou Eihwar, um cartaz que tem à cabeça uma artista muito desejada pelo público do festival: Chelsea Wolfe.
Ainda no sábado (dia 9), os Lolipots e os The Dukes of Speed actuam no Barracuda, enquanto a Casa da Música recebe o produtor alemão Christian Löffler, no âmbito do Misty Fest. Já no Passos Manuel, Benjamim apresenta o seu mais recente álbum, «As Berlengas». Já na Socorro há Porto Rock Collision, com concertos de Clóvis Brown e Sevendrop.
Na segunda-feira (dia 11), os Tindersticks regressam ao Porto para um concerto esgotado na Casa da Música e trazem na bagagem o seu mais recente disco de originais, «Soft Tissue».
No dia 13 há pós-rock, shoegaze e pós-hardcore no Maus Hábitos, vindo de Tours, em França, pelos First Draft Duo.

Dia 14, o Hard Club recebe «Sun Structures – 10 year anniversary tour» dos britânicos Temples. A vinda ao Porto pretende celebrar 10 anos do seu álbum de estreia, «Sun Structures», que colocou a banda debaixo dos holofotes.
Sexta-feira (dia 15), MaZela, a vencedora do Festival Termómetro 2024, apresenta-se no Maus Hábitos, enquanto no Barracuda há uma noite ibérica com nuestros hermanos Kogio Con Pinsa e os lusos Lesma. David Fonseca celebra 25 anos de carreira a solo no Coliseu Porto Ageas, com «Still 25».
No dia seguinte (16), os franceses Dead Sexy aterram no Barracuda, enquanto no Bourbon Room os belgas Star Industry, uma das bandas mais icónicas do darkwave e rock gótico europeu, e os suecos Covenant, banda que conquistou o mundo com o seu electro-industrial, abrilhantam uma noite que arranca com os La Chanson Noire, um projeto que funde o cabaret, o gótico e o rock numa performance visceral e única. Na Socorro acontece o Xavalo Fest 4, com actuações dos Ekcetera, Gonkallo e Pato Bernardo.
Domingo (dia 17), há noite agitada no Hard Club com Marky Ramone’s Blitzkrieg, enquanto a Casa da Música recebe o concerto de Bernard Butler, antigo guitarrista dos Suede.

No dia 20, no M.Ou.Co., sobe a palco a banda de dream pop Desire, duo formado pela vocalista Megan Louise e pelo músico e produtor Johnny Jewel, peça central de projectos como Twin Peaks, Chromatics e Glass Candy.
Na quinta-feira (21), o Maus Hábitos recebe a banda Miss Universo, enquanto o Barracuda acolhe o punk garage dos finlandeses Van Dammes. Os brasileiros Terno sobem ao palco do Coliseu Porto Ageas, enquanto no Ferro Bar há uma noite Saliva Diva, com actuações de Martelo e dos Splitterzelle.

No dia seguinte (22), o one man band Xtreme Blues Dog apresenta-se no Barracuda, enquanto na Socorro o palco é para os franceses Superbravo e para o norte-americano Daniel Knox.
Sábado (dia 23), os Dokuga apresentam o novo disco no Barracuda, um LP intitulado «Antes do Fim». A noite conta ainda com os Cabeça de Martelo e os Chaos Ritual. Mais acima na Rua da Madeira, no Ferro Bar, tocam os Doink e no M.Ou.Co. o palco é dos Ganso. Para sonoridades mais pesadas, na Socorro há Deadfest II, com a presença ods holandeses Colostomy e Bloodphemy e dos portugueses Grindead e Spitgod.
Dia 28, há Aspirina#009, com Spitgod e Besta, no Maus Hábitos, que no dia seguinte recebe os conimbricenses The Twist Connection.

Dia 29 há ainda mais uma noite ibérica no Barracuda, com os espanhóis Dioivo e os portugueses Os Barbosas. Por outro lado, no Understage do Rivoli apresenta-se Ilusão Gótica, um espaço laboratorial conjurado pelos membros da Conferência Inferno e onde a experimentação é a palavra de ordem.
Dia 30, para fechar o mês, na Socorro, há metal com os Rageful e Ruttenskalle.

Entre os dias 22 e 30 de Novembro, decorre a 11ª edição do Porto/Post/Doc – Film & Media Festival, que este ano tem como tema «A Europa não existe, eu estive lá». Queremos aqui destacar a categoria dedicada aos documentários sobre música e músicos, com destaque para as passagens do documentário-generativo sobre o incontornável Brian Eno, a docuficção sobre os norte-americanos Pavement, a visita à história de sucesso dos Abba, o olhar sobre a carreira do ícone queer Peaches, o registo da gravação de disco a solo de Lee Ranaldo e os cruzamentos entre realpolitik e cultura de Soundtrack to a Coup D’Etat.

Nota ainda para a apresentação do documentário «Stop. Salas de ensaio para um materialismo histórico», uma curta-metragem de Jorge Quintela, sobre um espaço da cidade Invicta que nos últimos tempos tem estado na ribalta não pelos melhores motivos.
Aconselha-se uma visita ao site do festival (www.portopostdoc.com) para consulta da programação, que se espalha por diversos espaços da cidade.
Não esperem pelas Danas desta vida, companheiras do general Inverno, saiam de casa e vão ouver música!
