“Adilson”, ópera em cinco atos de Dino D’Santiago, com libreto de Rui Catalão e direção musical de Martim Sousa Tavares, chega ao Porto a 29 de janeiro de 2026, em coprodução com o Coliseu Porto Ageas.
Nesta obra inédita, que assinala também os 50 anos das independências das antigas colónias portuguesas em África, Dino D’Santiago desafia-se para contar a jornada de um amigo de infância, igualmente afrodescendente, filho de pais cabo-verdianos, mas nascido em Angola. Um pormenor kafkiano que faz com que Adilson tenha crescido e viva em Portugal há mais de 40 anos, sem nunca ter obtido cidadania portuguesa.
Chamado D’afonsa pelos amigos, Nuno pela família, Adilson no passaporte, a sua vida desenrola-se entre salas de espera, processos adiados e um labirinto burocrático que o impede de ser plenamente reconhecido pelo país onde sempre viveu.
Tal como a personagem central de “Adilson”, também Dino D’Santiago é filho de imigrantes cabo-verdianos, mas o cantor nasceu em Portugal, mais concretamente em Quarteira, vila do concelho de Loulé, em dezembro de 1982.
Mais do que um indivíduo, Adilson representa milhares de pessoas deixadas nas margens do sistema. Abordando temas como a injustiça social, a discriminação, a fragilidade humana e a esperança, a ópera transforma a espera em poesia e faz da invisibilidade um ato de resistência. No culminar da obra, ouve-se o grito que ecoa para além do palco: “Eu não sou português. Eu sou Portugal. Um país à espera.”
“Adilson” é a primeira novidade da programação própria do Coliseu para 2026. Depois do sucesso da estreia em setembro no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, no âmbito do BoCA – Biennial of Contemporary Arts, chega agora à grande sala de ópera da cidade do Porto uma obra que cruza história, cultura e identidade.
Os bilhetes, entre os 20€ e 30€, estão à venda na bilheteira do Coliseu, coliseu.pt, Ticketline e locais habituais.
