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PAREDES DE COURA’24 (DIA 03): IDLES FIZERAM O ESPÍRITO DO ROCK DESCER SOBRE O COURAÍSO

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E ao terceiro dia o (verdadeiro) espírito de Coura desceu, finalmente, sobre o festival. Os britânicos Idles, com uma actuação plena de pujança e energia, fizeram estremecer o anfiteatro natural do rock, ficando claramente provado que esta é a sua verdadeira vocação.

A imensa mole humana que preenchia a plateia fez-se notar, fosse no mosh, no crowdsurfing ou no cantar em uníssono com Joe Talbot.

Idles. Créditos: Global News Portugal

Ao segundo tema («Colossus»), o guitarrista Lee Kiernan já estava nos braços do público no mosh pit, onde a agitação começou logo aos primeiros acordes.

Em palco, Talbot corria de um lado para o outro e saltava como uma criança a brincar no parque infantil, onde, por vezes, contava com a companhia do guitarrista Mark Bowen.

Idles. Créditos: Global News Portugal

Bem, se Talbot cativou pela postura provocante e desafiante, Bowen e Kiernan enlouqueceram a plateia com as suas guitarras bem esgalhadas e igualmente provocadoras.

Talbot dirigiu-se ao público diversas vezes expressando-lhe gratidão e satisfação pelo momento que em conjunto estavam a viver, incitando os presentes “a olharem pela pessoa do lado”, com “amor e carinho”.

Idles. Créditos: Global News Portugal

Houve tempo ainda para um “Viva a Palestina”, efusivamente aplaudido pelos milhares de pessoas presentes e gritado repetidamente a plenos pulmões.

“Vocês são o melhor público para quem tocámos nos últimos tempos”, disse, a certa altura Joe Talbot, algo que soa sempre bem, mas também a… palmadinha nas costas. Talvez não, porque, se o quinteto britânico ofereceu um concerto extraordinário, o espectáculo do público esteve ao nível. Seguramente, as tendas no campismo e as árvores abanaram com tanta energia libertada.

Idles. Créditos: Global News Portugal

Energia em forma de espírito de Coura, aquilo que os festivaleiros do Couraíso esperam dele, ou seja, carregado de rock. Foi um assombro.

Temas como «Never fight a man with a perm», «Mother», «I’m Scum», «Gift horse», «Mr. Motivator» ou «Danny Nedelko» (com Bowen em crowdsurfing a cantar) levaram o público à loucura, com o mosh pit num autêntico rebuliço.

Idles. Créditos: Global News Portugal

Um momento houve em que Bowen e Kiernan foram para o o olho do furacão, mas a coisa não correu como o esperado por Talbot, que queria um círculo em torno dos guitarristas. Mesmo assim, correu bem e foi um momento especial na loucura toda que se vivia no imenso mosh pit.

Concerto impressionante, com uma resposta do público à altura, naquilo que foi a prova, se é que era necessário, que estas são as sonoridades esperadas pelos amantes do festival de Paredes de Coura.

Girl in Red. Créditos: Global News Portugal

Antes também no palco principal, Girl in Red, alter-ego de Marie Ulven Ringheim, uma jovem norueguesa, de 25 anos e lésbica, como fez questão de repetir por várias vezes, também armou a o festim, contando em grande parte com a colaboração dos seus colegas sub-25. Estão em todas. Seja Slow J, Killer Mike, Girl in Red, Model/Actriz ou Idles… estão em todas!

Com um espectáculo pleno de luz, cor, fogo e fogo-de-artifício, Girl in Red conquistou a plateia de Coura, sedenta que estava que chegasse o concerto dos Idles, mas ainda assim com uma larga franja em êxtase com bulício que se passava em palco. É que a rapariga é buliçosa, muito agitada e irreverente.

Girl in Red. Créditos: Global News Portugal

A viagem pelo terceiro dia deste escriba começou com os norte-americanos Allah-Las, mas a coisa foi muito morna… mesmo.

No Palco Vodafone, dois concertos de versões, uma vez que o repertório dos Nouvelle Vague disso se trata e, depois, a norte-americana Cat Power, exibindo um vistoso «Fuck War» nas costas, optou pelo alinhamento do concerto de Bob Dylan de 1966, aquando da transição deste para o som eléctrico.

Nesta altura, o público ficou um pouco ensonado, mas Girl in Red tratou de os acordar.

Allah-Las. Créditos: Global News Portugal

No Palco Yorn, Beach Fossils e o seu indie rock prometeu muito, mas não deu grande pica.

A noite fechou com Mdou Moctar e Tramhaus, a horas já impróprias para depois do excelente concerto dos Idles.

Hoje há Jesus And The Mary Chain, Slowdive e Fontaines D.C.!

Idles. Créditos: Global News Portugal

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