Dois dias de boa música… à moda do Porto. O festival de rock da Invicta, na sua segunda edição, levou público de várias gerações ao Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota.

E foram os mais velhos que na sexta-feira estavam em maioria. Para ver Trabalhadores do Comércio? Também. O trambolhão do vocalista Sérgio Castro na primeira música não travou a boa energia que os “comerciantes” de outrora transmitiram ao longo do concerto. Apresentaram temas do novo álbum “Objecto” e, já com o ex-baterista também em palco Álvaro Azevedo, tocaram temas do seu mais antigo reportório, sem esquecer a espantosa performance de Daniela Costa em “Louca”.

Também os Jafumega foram ao baú que os emergiram para a ribalta. Com 45 anos de carreira, a banda do Porto sabe que “a ponte é uma passagem para a outra margem”, mas é nas suas raízes que se inspira e por isso, disse o vocalista Luís Portugal, “os portuenses são o melhor público do Mundo”. Homenagem a Eugénio Barreiros, compositor falecido em 2020, não foi esquecida.

Já com público mais jovem, o melhor do primeiro dia de “Rock à Moda do Porto” esteve na atuação de Pedro Abrunhosa que, na primeira música, chamou os repórteres fotográficos para cima do palco, de forma a estes “captarem” o outro lado do espetáculo: a alegria do público. Ou a “Paz” projetada como pano de fundo e o recente conflito israelo-palestiniano. Clássicos como “Não posso mais”, “Hallelujah” e “Talvez Foder” não faltaram no alinhamento. E até o “Rei do Bairro Alto” imperou em terras portuenses.

É no sábado que a viagem mais bem-sucedida foi feita de “Táxi” e até condimentada com “confettis” e lançamento de chamas. O vocalista João Grande deu o mote com uma força energética incomum.

Com “Cairo”, “Sozinho” ou “No Fio da Navalha” aprimoraram a magia de outros tempos que os fizeram de notáveis. À boleia do “Ás do flipper”, fecharam em grande com “Chiclet”, sem que antes arriscassem com uma nova canção “Nunca Mais” e cujo resultado foi enorme sintonia com o público. Até parecia um clássico…

Seguiram-se os Clã. A banda de Vila do Conde “tirou a teima” e apostou em Capicua que colaborou no disco “Véspera”. Manuela Azevedo é sempre aquela cantora irrequieta em palco e já no clássico “GTI” carregou no acelerador para espalhar energia sobre o público, sem travar em “Corda Bamba”. Mas com Hélder Gonçalves emprestou o momento mais intimista com “Sopro no coração”.

Os bracarenses Mão Morta, de Adolfo Luxúria Canibal, fecharam a segunda edição do festival. “Budapeste”, como o Porto, foi o tema que unificou os presentes.