Com o intuito de continuar a fomentar a ida ao teatro dos públicos mais novos, na 6ª edição O Meu Primeiro FITEI regressa com um repertório que inclui propostas de programação que abrangem todas as idades — desde bebés e famílias até adolescentes e escolas.
Nos dias 31 e 1 de novembro, o Coliseu do Porto recebe o espetáculo O que é que os meus pais fazem quando não estão comigo?, de André Amálio e Tereza Havlíčǩ ová (Hotel Europa), para crianças maiores de 6. Este espetáculo procura, de uma forma lúdica e divertida, encontrar respostas para aquele enorme espaço de tempo em que as famílias não estão juntas. O que acontece na vida dos pais que os filhos nunca vêem, o que imaginam os filhos que os pais fazem quando não estão juntos? Que pessoas vêem, que atividades têm? Existe alguma relação entre o que imaginam os filhos e o que acontece na vida dos pais? Muitos pais dizem que vão para o trabalho, mas será mesmo verdade? E afinal de contas o que é o trabalho e para que serve?
Espanto, de Ana Madureira e Vahan Kerovpyan, explora com os mais pequenos o medo das alturas. Nesta dramaturgia, o espantalho faz o seu trabalho: espanta o corvo, que é um estorvo. O corvo põ e um ovo, monta uma tenda e abre uma fenda para um mundo novo. Mas vai haver molho… por causa do olho. O corvo Vicente, o espantalho inocente, o olho dormente, adeus ao passado, saiam da frente, que agora é a gente quem faz o presente! Este espetá culo de teatro e mú sica, apresentado, também, a 31 de outubro e 1 de novembro, destina-se a crianças com mais de 6 anos.
A encenação da companhia LAMA Teatro, com texto de Diana Costa e Silva, Hugo Van der Ding e João de Brito, é para públicos maiores de 12 e apresenta-se nos mesmos dias na sala emblemática do Porto. O Pior Professor do Mundo vem dar uma aula sobre Carolina Beatriz Ângelo, mas também vem ensinar a dobrar uma folha de papel. Este professor é excêntrico, aborrecido, apaixonado, severo e indisciplinado. É metodicamente organizado e tem uma amiga que o acompanha sempre: chama-se Teresa. Na verdade… prefere limpar as suas “coisinhas” do que lecionar. Haverá uma conversa de cerca de 20 minutos após o espetáculo.
O Som do Algodão proporciona no domingo (2 de novembro) um encontro para bebés e famílias em Há Vento. O vento que move a Maria Ventolinha, o leão que não rugia nem sequer rosnava, a girafa que navegava no alto mar, a cotovia que aprendeu a esperar e a cegonha-preta que inventou a primavera. Um espetáculo em modo catavento, ao encontro dos outros, numa experiência artística integrada para famílias, bebés, crianças e todos os ouvidos curiosos.
Em simultâneo, no sábado e no domingo, o espetáculo A Primeira Vez, da companhia A Turma, estreia-se no Auditório Municipal de Gaia. Nesta peça sobre a juventude e para adolescentes (maiores de 14), um rapaz e uma rapariga refugiam-se num parque, longe dos olhares alheios, para se descobrirem pela primeira vez. Mas o que se perspetiva como um encontro íntimo, acaba por ter outros contornos. Numa situação aparentemente moldada pelo embaraço e o constrangimento, descobrimos que a sua intimidade, a sua relação, é o verdadeiro refúgio. Ambos estão diante de algo maior que não se atrevem a enfrentar.
Já no Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery, o Teatro da Didascália apresenta nos dias 2 e 3 de novembro Soundcheck. O espetáculo para maiores de 12 anos é uma grande lição em rock n’ roll e reivindica o lugar da resistência para o centro do palco. Assume a escuta como forma central de protesto, que existe para lá da pressa da vida veloz, que resiste através da empatia, da solidariedade, da ação coletiva. É um abanar de anca em direção ao futuro, um rastilho em jeito de inquietação para as novas gerações.
Para além da presença habitual da Praça de Inverno no Coliseu (1 de novembro), a feira multidisciplinar — onde ilustradores, livreiros, artesãos de brinquedos e outros artistas expõem os seus trabalhos num só sítio — estará um dia depois no Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery, a 2 de novembro.