Sete álbuns, dois EP e 43 anos depois, o som dos D.R.I. (Dirty Rotten Imbeciles) continua sujo e podre como se quer um bom crossover.
Misturando a agressividade do hardcore com o peso do thrash metal, através de um som bruto e sem concessões, os D.R.I. foram explosivos, no passado dia 4 de Julho, na Sala M.Ou.Co.. Não celebravam o Dia da Independência, mas fizeram os muitos fãs que estavam na plateia celebrar à grande o seu regresso ao Porto.

Com os fundadores Kurt Brecht (voz) e Spike Cassidy (guitarra) à cabeça, acompanhados por Greg Orr (baixo) e Danny Walker (bateria), o quarteto norte-americano conduziu veloz e rapidamente a massa humana a uma agitação centrifugada, entre mosh, crowdsurfing e stage diving. Um fartote!…

Foi uma espécie de arrepio, porque há coisas que são assim e tem de ser assim… ou, então, mais vale não serem! E se o corpo já não tem 20 anos, o espírito ainda a eles se agarra e foi na junção de gerações que se fez o mosh pit no M.Ou.Co..

Incansáveis em palco, os D.R.I. largaram a sua carga sonora sobre a plateia, onde o público se mostrou incansável também e até dando, amiúde, apoio vocal a Brecht.

«Trashard», «Beneath the wheel», «Acid rain», «Couch slouch», «Abduction» ou «I don’t need society» são alguns dos 29 temas que compuseram o alinhamento da hora e meia de concerto. Foi num instante, dirá a maioria dos que assistiram, e foi bom.

Os D.R.I. demonstraram no M.Ou.Co. porque continuam a ser referência do crossover thrash e fiéis ao espírito DIY que os tornou míticos, algo bem evidente na ausência de qualquer equipa para além dos próprios músicos.

Antes, a noite começara com o crossover dos aveirenses Booby Trap e teve continuidade com punk dos Trinta & Um.

A banda de Linda-a-Velha não deu descanso ao público, atirando-lhes com coisas como «Não há regresso», «O cavalo mata!», «Coma 85», «Sintra» ou «Arte marginal», entre outros temas, com a plateia a mostrar-se bastante agradada e interventiva.

Noite agitada na Sala M.Ou.Co. e sem imbecilidades!

