Abril é mês de Páscoa, mês de Liberdade. Abril, rock mil! Entre a celebração da ressurreição e a da revolução, por entre santos e demónios, o Porto apresenta um cartaz de grande qualidade e, especialmente, imensa variedade. Do muito que Abril tem para oferecer, luzes sobre The Legendary Tigerman, com 15 anos de «Femina», The Horrors, Blasted Mechanism, Ist Ist, Warhaus, The Murder Capital, os aniversários do Maus Hábitos e do Woodstock 69 ou ainda uma amostra de Clubbing para arrancar as comemorações dos 20 anos da Casa da Música.

O mês começa em grande, com The Legendary Tigerman a levar, no dia 1, até à Casa da Música «Femina», álbum conceptual, editado há 15 anos, que viaja pelo amor e pelo desejo e toda a sua inquestionável complexidade. Paulo Furtado contará em palco com a participação de Maria de Medeiros, Phoebe Killdeer, Helena Coelho, Cláudia Efe, Rita Redshoes e Sara Badalo. Um elenco de luxo!
Na quinta-feira (dia 3), os Travo chegam ao Maus Hábitos com a sua “fusão única de um psicadelismo de alta voltagem e uma atitude garage rock sem remorsos” e de essência forjada ao vivo.

Junto ao Pavilhão Carlos Ramos, nos jardins da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, há FAUP Test 3, com Cat Soup, Unsafe Space Garden e Baleia Baleia Baleia, naquele que é o derradeiro teste antes do exame final de 16 de Maio, com mais uma edição do FAUPfest.
No dia seguinte (4), os Blasted Mechanism celebram 30 anos com um concerto no Coliseu Porto Ageas. Actualmente com Valdjiu, Guitshu, Fred Stone, Riic Wolf e Ary, os Blasted Mechanism são sinónimo de uma força vanguardista e um modo inconformado de estar na vida. E, enquanto Julho não chega, o Morte ao Silêncio Fest apresenta, no Barracuda, Vürmo e Morto, enquanto os Subnoia se apresentam no Maus Hábitos, onde vão mostrar a sua música eletrónica com foco no trip-hop. Já no RCA – Radioclube Agramonte, o palco é para Grasslands.

Sábado (dia 5), o Woodstock 69 celebra uma década de vida e está prometida agitação festiva… com entrada à borla. O palco estará entregue aos Kripto, prosseguindo a comemoração com vários deejays… noite adentro! E se há festa em S. Roque da Lameira, também há animação no Maus Hábitos ou não celebrasse o 4º andar mais famoso da rua de Passos Manuel… 26 anos! O chamado espaço de intervenção cultural, do novo milénio e para o novo milénio, que tem sido um pólo aglutinador de diversas franjas do espectro artístico-cultural, mas não só, da cidade Invicta está de parabéns. As festividades começam às duas da tarde, com uma Feira de Merch de Bandas, de entrada livre, tal como o concerto de Gatafunho, às 19h00. A partir da meia-noite há Clubbing All Stars, com Peter Castro (Baddies, Hollaback), Slimcutz (Purple Hazin, Screwed), Carolina Grilo (Shuggah Lickurs), Runnan (Brasa), DJ Farofa (Batidão Baile Funk) e Matilde Castro (Pyrats, Batidão Baile Funk). No Barracuda, o palco é dos Heavy Ocean e dos Cobra.

Domingo, dia 6, o Salão Ático, do Coliseu Porto Ageas, acolhe o primeiro concerto de uma parceria entre a instituição e a promotora Os Suspeitos by Mr. November. J. Bernardt, projeto a solo de Jinte Deprez, vocalista da banda belga Balthazar, é o primeiro de vários concertos a ter lugar em 2025 no ciclo Os Suspeitos no Ático. No Porto, J. Bernardt vai apresentar o segundo e mais recente álbum, «Contigo» (2024), um disco cuja sonoridade está envolta num tom dramático e plena de melodias exuberantes.
Na quarta-feira (dia 9), chegam, pela mão da At The Rollercoaster, os britânicos The Horrors. Com novo álbum editado, «Night Life», e quase a completarem duas décadas, os The Horrors vão ao Hard Club mostrar os novos temas que vagueiam entre a melancolia e a euforia, sempre cobertos por um manto escuro.

Já na quinta-feira (10), a Amplificasom leva até ao Understage do Teatro Rivoli o músico sueco Christian Kjellvander, antigo membro dos Loosegoats, banda de culto do movimento do country alternativo dos anos 90. Já com 10 álbuns editados, o trovador de voz profunda e expressiva traz na bagagem «Hold Your Love Still» (2023), no qual expõe, como nunca, a diversidade da sua vasta paleta de recursos criativos. No Radioclube Agramonte, a protagonista é a escocesa Clarissa Connelly. Na Rua de Passos Manuel, há Aspirina #13, no Maus Hábitos, com som da pesada de Redemptus e Jarda.

Sexta-feira (dia 11), saudando a realização da 8ª edição do Porto Femme – International Film Festival, o Barracuda promove o «Bailarico Porto Femme», com um cartaz feminino a que é preciso estar atento: Queimada e aMijas.
No dia seguinte (12), a cave da Socorro recebe os Gran Morsa, enquanto, em Matosinhos, no Teatro Municipal Constantino Nery, no âmbito da 19ª edição do festival literário LeV – Literatura em Viagem, os Mundo Cão regressam aos palcos, depois de terem estado a trabalhar em novo material. No Radioclube Agramonte, os lisboetas Koshi Blu tomam conta da animação musical. Já os Javisol estreiam-se no Porto e levam a sua sonoridade “visceral e emotiva” até à Escola Normal, no nº 511 da Rua Guerra Junqueiro, um novo espaço aberto desde 30 de Janeiro último. No Ferro, a noite é por conta dos Itami e Agitat Solum.

E como não há outra forma de escrever isto e porque «Não se passa nada às segundas», a Saliva Diva leva, dia 14, até à Socorro os Van Bloom.
Já a sentir o cheiro da Páscoa, na quinta-feira (dia 17), Redoma, a dupla do Porto formada por Carolina Viana (cantora e rapper) e Joana Rodrigues (produtora), apresenta, no Maus Hábitos, o álbum de estreia «Santos da Minha Mente», editado no fim de Março. A noite fica completa com as actuações de Balu e de Alicenenhumlugar.

Sexta-feira Santa (18), no Woodstock 69, a In League With Steel apresenta Sinner Rage, banda oriunda do País Basco e que traz na bagagem o álbum de estreia «Powerstrike» (2025), e ainda os portugueses Wanderer. No Maus Hábitos, o palco é dos Motherflutters, projeto criado pelos irmãos André Cameira (flauta/voz/teclados) e Filipe Cameira (guitarra/voz/programações), que trazem, agora, um trabalho mais experimental e alternativo, consciente e crítico, mantendo a sonoridade fresca e festiva que os caracteriza, enquanto no Radioclube Agramonte há Ry Vuh, projecto que reúne Jorge Coelho (guitarra) e Jorge Queijo (bateria).

No sábado (19), o Radioclube Agramonte recebe os Casa Bonita, banda lisboeta composta por André Cardoso (bateria), João Tenente (piano e sintetizadores), Manuel Melo (guitarra), Matt Nicholson (percussão e sintetizadores) e Simão Brás Afonso (baixo). Por outro lado, a Baixa vai tremer com a passagem dos Treewax, Icosandria e Mamute pelo palco do Barracuda, enquanto na Socorro há o regresso dos The Partisan Seed.
Na terça-feira (22), o Ferro recebe mais uma «Noite Bruta», com concerto de Tromblon & Without Skin.
Já com o cheiro a cravos no ar, no dia 23 (quarta-feira), JP Simões assinala, precisamente, o 25 de Abril, no Coliseu Porto Ageas, com o concerto «JP Simões: uma homenagem a José Mário Branco». O músico será acompanhado pela guitarra de Nuno Ferreira, a percussão de Ruca Rebordão e o contrabaixo de Pedro Pinto. No 143-A da rua de S. Vítor, o Espaço Lovers & Lollypops, há mais uma sessão de «Em Bruto», desta feita com Ilpo Väisänen e João Pais Filipe.

E eis que chega, finalmente, a noite mais desejada… Dia 24, o Hard Club recebe de novo os Ist Ist, agora em nome próprio, depois da passagem pelo festival Post Punk Strikes Back Again’23. Agora, regressam com «On Fire», um documento que capta a energia crua da banda no seu melhor e que inclui todas as 10 faixas do álbum «Light a Bigger Fire», gravadas em 10 concertos diferentes no Reino Unido e na Europa, entre Outubro e Novembro de 2024. No Ferro Bar, há Noite Saliva Diva com concertos de Offtides e Diskrasüki, enquanto o Barracuda recebe os The Twist Connection e os So Dead. Já pelo palco do Maus Hábitos passarão os Stuffed Foxes, sexteto francês quetem sido descrito como explorador do psicadelismo e do shoegaze, mas os próprios afirmam-se “fiéis ao rock”.

Sexta-feira, dia 25, Dia da Liberdade, no Barracuda, está prometida uma noite Trash’em All, com Alpha Warhead, Yaatana e Keimar. No Maus Hábitos há Post Fátima e experimentalismo q.b..
Sábado (26), há noite suburbana no Barracuda, com T. Perry, ao passo que a Socorro recebe a sexta edição de Xavalo Fest, com Cat Soup, Mangualde e aMijas. Já o palco do auditório do Radioclube Agramonte é para Galeria Incerteza, projecto de Rui Garcia da Costa e que se afirma como “uma banda de Lacrimodance (autoproclamada)”. Para saber o que isto é, só lá indo! Já no Ferro há uma Matiné Surpresa e concerto de Necro.

Dia 28, na Casa da Música, há a segunda visita do mês de um vocalista dos belgas Balthazar. Depois da visita de Jinte Deprez e o seu projecto J. Bernardt ao Salão Ático, 22 dias depois é a vez de Maarten Devoldere e o seu projecto Warhaus regressar ao Porto. «Karaoke Moon» é o novo disco, preenchido de canções desafiadoras, vagueando entre a introspeção e a dança, o suave e o enérgico. Quarta-feira (dia 30), véspera de feriado, arrancam as festividades dos 20 anos da Casa da Música, com uma noite apelidada de Clubbing, mas que deixa muito a desejar em relação ao que foram e representaram os Clubbing da Casa da Música para a dinâmica da cidade Invicta. Assim, o “Clubbing” abre com Carla Prata e Cíntia e segue em ritmo acelerado, ou não, até às quatro da matina, com artistas como Ece Canli, Desengaiola, Solar Corona Elektrische Maschine, Akila, Conferência Inferno, Daniel Wang e Gusta-vo, entre outros. Mas o finar de Abril acontece com solenidade, pois para além de 20 anos da Casa da Música, o Auditório CCOP recebe a energia infalível dos irlandeses The Murder Capital, enquanto, no Espaço Lovers & Lollypops, o palco é dos japoneses Acid Mothers Temple, que assim regressam ao Porto após a passagem, em 2024, pelo Maus Hábitos. No Barracuda, de Itália para o Mundo, Bonny Jack One Man Band promete agitação e rock’n’roll. Na Socorro, o palco é para os espanhóis Análisis e os portugueses Gonkallo, fim de tarde com a chancela do Culetivo Feira.
