Perante um Teatro Sá da Bandeira quase lotado, os britânicos The Slow Show regressaram ao Porto para dar o pontapé de saída na «Subtle Love 2023 Tour», que vai levar a banda em digressão europeia.
Numa espécie de recital, a voz de Rob Goodwin destaca-se e cativa pelo tom grave e profundidade, parecendo vir dos confins da alma.
O amor pairou no ar em todas as suas formas e feitios e o silêncio na plateia era sepulcral, enquanto a melodiosa e suave sonoridade do quarteto de Manchester a invadia, sempre marcada pela maviosamente grave voz de Goodwin.

Com álbum novo nos escaparates, «Subtle Love», o quinto, os The Slow Show optaram por um alinhamento diversificado, tendo apenas tocado quatro temas do novo disco, «One shot», «Builder boy», «Royal blue» e «Learning to dance», estas duas a fechar a actuação, já com o público de pé e a cantar em uníssono com Goodwin.
Aliás, se a banda, em especial o vocalista, estava rendida ao público e ao Teatro Sá da Bandeira, o público não o estava menos, pelo que a comunhão entre palco e plateia foi plena em todo o concerto.
Acompanhado pelos fiéis companheiros Frederik ‘t Kindt (teclados), Joel Byrne-McCullough (guitarra) e Chris Hough (bateria), Rob Goodwin encantou o público com a sua postura. De fato, chapéu de aba e descalço, Goodwin não cantou apenas, espalhou o sentimento que canta pela pose, pelo movimento, pelo meneio ou, simplesmente, pela forma como, imóvel, mirava a plateia, de certa forma, hipnotizando-a!
A primeira parte do regresso dos The Slow Show ao Porto esteve a cargo dos portugueses Silentide.

