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6ª edição do MEXE – Encontro de Arte e Comunidade com programa fechado

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Está fechado o programa para a 6ª edição do MEXE – Encontro Internacional de Arte e Comunidade. A ter lugar entre os dias 18 de setembro e 3 de outubro nas cidades do Porto, Viseu e Lisboa, o Encontro propõe-se a criar novos espaços de discussão para as preocupações e desafios que marcam as nossas comunidades. Um cartaz onde a arte dialoga com a tecnologia e o pensamento científico, perspetivando as comunidades para além do humano, aprofundando outras relações possíveis com a natureza e procurando construir espaço de afirmação para “invisibilidades” que refletem desigualdades sociais, agravadas pela pandemia. Espetáculos, conversas, oficinas, laboratórios de criação, instalações e cinema compõem o ciclo de atividades onde as realidades sociais falam por si. 

Neil Harbisson @danwilton

Em destaque está a conferência de Neil Harbisson, a primeira pessoa a ser reconhecida por um governo como um cyborg e cujo trabalho tem sido apontado como um dos mais controversos atos performativos dos nossos tempos. A conversa de abertura do MEXE permitirá conhecer o pensamento do presidente da Cyborg Foundation, que apoia pessoas a serem reconhecidas como cyborgs, defendendo os seus direitos. 

Paisajes para no colorear

Directamente do Chile, chega outra das grandes apostas deste ano, Paisajes para no colorear, uma peça que se constrói a partir de relatos de atos de violência cometidos contra adolescentes do sexo feminino na América Latina. O espetáculo dá corpo a histórias que partilham a vulnerabilidade do que é ser mulher, menor de idade, nestas geografias, colocando a tónica no feminino. Para além das apresentações no Porto e em Viseu, a companhia La Re-sentida orientará uma oficina de descoberta performativa destinada a jovens portuguesas. 

Unearthing queer ecologies

Apostando na diluição de fronteiras entre diferentes formas de saber e fazer, o MEXE 2021 propõe ainda um projeto instalativo que mobiliza biologia e tecnologia para revelar imagens e sons da vida vegetal em crescimento para além da visão e audição humanas. Unearthing queer ecologies da americana Amy Reid questiona a forma dualista com que os humanos percecionam a natureza documentando de forma sonora e visual o crescimento da lavanda, amores-perfeitos e cogumelos; plantas que são consideradas culturalmente “queer”, considerando o seu ADN.

No âmbito nacional do programa, nota para Classe de Jaime, um trabalho em torno das danças tradicionais da Serra D’Aire e Candeeiros, onde uma bailarina e um músico vão ao encontro de vários grupos folclóricos que têm vindo a preservar o repertório das tradições de baile. Exercício fundamental de memória, este espectáculo convoca para a composição temas como o género, o erotismo e o peso. Destaque ainda para Manifestações do Teatro do Frio, um projeto assente no desenvolvimento de um conjunto de ações com moradores do Porto em torno da ocupação e redefinição do espaço público enquanto lugar de encontro, oratória e meio primordial para a construção dinâmica de identidades. 

Num tempo de exceção, o MEXE 2021 integrará ainda iniciativas online. A par da já anunciada manifestação cibernética (Máquina de Ruído), o evento convoca a oficina Herbanário Anticolonial, onde as plantas servem como ponto de ignição para um diálogo com a História colonial Portugal-Brasil. Complementando o trabalho de apresentação e performance, o MEXE 2021 apresentará ainda uma mostra de cinema que integrará seis filmes sobre organizações e projetos cujo trabalho se centra nas práticas artísticas participativas e comunitárias. Na dimensão pensamento, outro dos eixos programáticos do festival, será apresentado o livro Práticas Artísticas Comunitárias, Participação e Política, de Hugo Cruz, e será promovida, em paralelo, a quarta edição do EIRPAC – Encontro Internacional de Reflexão sobre Práticas Artísticas Comunitárias, que convoca oito instituições de ensino superior a refletirem sobre O Risco no Contemporâneo.

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