A construção da futura Gare Fluvial do Cais do Cavaco, que está projetada em Vila Nova de Gaia, é um “assunto de prioridade do Grande Porto, não é um problema local”, afirma o arquiteto Carlos Castanheira, em entrevista ao Porto Canal. Este arquiteto, juntamente com Álvaro Siza, são autores deste projeto.
O projeto da futura Gare Fluvial está parado por falta de financiamento, onde a APDL estima gastar mais de 50 milhões de euros, numa empreitada com duração de dois anos. Carlos Castanheira afirma que este projeto não está esquecido. “Não está, tanto quanto nos foi informado, completamente posto de lado, está sim num stand-by”.
Em julho, o Jornal de Notícias já tinha avançado que a obra não arranca em 2024 devido à falta de financiamento e que a APDL confirmou, recentemente, ao Porto Canal.
De acordo com Carlos Castanheira, o objetivo deste projeto é “libertar a Ribeira de Gaia para deixar aquela frente de rio um pouco como era dantes, com alguns barcos rabelos, mas não com aquela frente ocupada com aqueles navios com 80 metros”.
O local escolhido para esta Gare Fluvial é contestado pelo moradores do Destilaria Residence e pelo movimento MovRioDouro. A resposta de Carlos Castanheira a essas críticas é feita com uma comparação. “Miragaia foi completamente prejudicada pela execução da Alfândega e hoje toda a gente acha uma obra fantástica. Ninguém pensa o Porto sem a Alfândega. Miragaia não era assim, tinha uma ligação direta ao rio, mas alguém decidiu que era importante haver uma Alfândega para que o Porto se dinamizasse”.
A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) já deu parecer favorável condicionado ao projeto, com sugestões para minimizar algumas coisas.
O edifício é constituído por dois pisos, revestido a tijolo burro e estará sob uma plataforma em betão branco. “Em cima desta plataforma, que é solta da terra, foi criada uma plataforma de rés-do-chão ao público. O primeiro andar tem uma parte administrativa”, informou Carlos Castanheira. No piso superior haverá uma zona de restauração.
O rés-do-chão poderá ser, com muita facilidade, desprovido de todo o equipamento de controlo de passageiros, eu tenho um espaço onde posso fazer uma exposição, um evento, uma série de atividades, que o Porto tem alguma oferta, mas Gaia não tem”, informa ainda o arquiteto.