Elefante na sala: Politicamente (in)Correto!

Há umas semanas atrás li uma notícia de que nos EUA (como não deixaria de ser), um treinador de uma equipa de basquetebol de liceu teria sido despedido (e todos os atletas castigados), por derrotarem uma equipa adversária por expressivos algarismos no resultado. De acordo com a direção da escola, a equipa deveria ter sido benevolente com o adversário, e tê-lo poupado à “humilhação” de ser derrotado com uma diferença de dezenas de pontos no placar!

Promovemos a competitividade a toda a linha, mas… vamos lá a pôr um travão quando o adversário é incompetente e não sabe a diferença entre uma bola e um pêssego, nem que isso faça Darwin rebolar na tumba!

Mas se por um lado achamos esta situação uma idiotice pegada, já olhamos de lado para alguém que lança um “- deixa de ser maricas”, para um gajo que parece um armário, e se queixa de arrancar uma cutícula com demasiada força!

– “Florzinha de estufa!”

No meu tempo (dizem os velhinhos de bengala, à porta de casa a apanhar sol) não era nada disto. A coisa é que, o “no meu tempo” é algo que vemos e ouvimos desde há umas mãos-cheias de anos atrás. Não é uma coisa de revivalismo dos anos oitenta, ou setenta ou, sei lá, anos noventa… vá!

A coisa é que até a ciência e a biologia renegamos, à pala do “politicamente correto”, e entre plicas escolhemos pronomes para nos dirigirmos às pessoas, e temos o cuidado de colocar em todos os formulários estatísticos as caixas de preenchimento:

Género: Feminino, Masculino, Outro”!

Mas que carago?!

Nas últimas semanas, Ricardo Araújo Pereira e Diogo Quintela têm sido alvos de crítica, por se atreverem a tocar no dogma dos tempos modernos: a sexualidade! E porque se atreveram a discorrer sobre o óbvio, são uns idiotas que servem de prova para a falta de disciplinas de cidadania nas escolas.

Ciências e Biologia que se lixem!

De repente, a inquestionável ciência que nos veio salvar da praga do COVID-19, com vacinas e tratamentos em tempo recorde, tem que meter a viola ao saco quando vem com o discurso de que na natureza estão identificados dois géneros sexuais. Não há espaço para essa ciência (infestada de intenções bíblicas, certamente) nestes tempos modernos. São mais as perguntas que as respostas:

  • Mas a biologia e a ciência estão sujeitas ao politicamente correto?
  • É uma ofensa identificarmos alguém pelo seu género biológico?
  • Não vamos golear esta equipa de “mancos” para não ferir os seus sentimentos?!
  • O gordo já não vai à baliza porque, mesmo sendo a obesidade uma doença a sociedade ensina-nos que, temos de ser politicamente corretos e a estar bem com o corpo que temos?

Perguntar a alguém se é comunista, liberal ou socialista é aceitável!

Perguntar a alguém se é portista, benfiquista ou tondelense, é aceitável!

Mas cai o Carmo e a Trindade se perguntarmos se é feminino ou masculino?!

Vai ferir os sentimentos do indivíduo?

É o fim do mundo se afirmarmos que a modelo na capa de revista é feia e parece ter uns quilitos a mais, porque “- a beleza é um construto do patriarquismo machista e deve ser desconstruído para empoderar o feminino em toda o seu esplendor” … E? Se para mim alguém parece um camafeu do século XVII não há-de-haver alguém que me proíba de o dizer. Não há-de-haver alguém que imponha outra opinião porque “parece mal e pode ofender alguém…”.

Delito de opinião era coisa fascistoide de pré-1974!

Sim, do século passado!

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