A Liberdade está a passar por aqui… há 50 anos. A Democracia conquistada com a Revolução dos Cravos, em 25 de Abril de 1974, deu aos portugueses, para além da Liberdade, muitos outros direitos que importa defender. No entanto, é necessário ainda cumprir na totalidade o ideal de Abril. Na Cultura muito está por cumprir, apesar do muito que tem sido feito. Ao 25 de Abril, que agora cumpre 50 anos, a música também muito deve e os rockers sabem-no bem.
Assim, no mês de celebração do advento da Democracia e da Liberdade em Portugal, a cidade do Porto enche os seus palcos de concertos e celebrações, com o rock em destaque e dos quais deixamos algumas sugestões.
Quinta-feira (dia 4), há o regresso aos discos em nome próprio de Jorge Cruz. Treze anos depois, o mentor dos Diabo na Cruz vai à Casa da Música apresentar «Transumante». Também no Maus Hábitos há uma apresentação de disco novo. «Camera» é o terceiro álbum dos Knok Knok, projecto de Armando Teixeira, aqui acompanhado pela percussão de Rui Rodrigues.

À entrada de um fim-de-semana recheado, na sexta-feira (dia 5) há Greenleaf, no Hard Club, Agressive Girls, no Barracuda – Clube de Roque e ainda… 800 Gondomar e Rádio Sonoplasmática, no Maus Hábitos. Trata-se do regresso dos 800 Gondomar com novo álbum, «São Gunão».

Já no sábado (dia 6), a partir das 16h00, há festa rija no Maus Hábitos que celebra mais um aniversário. «Maus25» é o mote, em ano de celebrar 50 anos de 25 de Abril. No M.Ou.Co. há shoegaze com os bdrmm [lê-se bedroom], que trazem, de Inglaterra, na bagagem o seu segundo álbum, editado em Junho de 2023, «I Don’t Know». Mas o menu é ainda mais completo, com o regresso aos palcos dos Renegados de Boliqueime, no Woodstock 69, numa noite que conta ainda com os Vurmo. Já no Barracuda há Qwentin e Sadhana, enquanto na Socorro há punk hardcore com os italianos Failure, os portugueses Uijki e ainda os britânicos Munter.

No dia seguinte (domingo, 7), o Auditório CCOP recebe a apresentação no novo álbum dos ingleses Courting, intitulado «New Last Name».
Dia 8, há mais uma edição, na Socorro, de «Não se passa nada às segundas», agora com os Santa Lúcida.
Já, na quinta-feira, pelo Maus Hábitos vão passar os Monchmonch e ainda o Luís Contrário.

Sexta-feira (dia 12), chegam ao Barracuda, directamente de Barcelos, os Doutor Assério, que terão ainda a companhia dos Drash e dos Sultura. No Understage, do Teatro Rivoli, há Calhau!, projecto de Marta Ângela e João Artur, uma proposta de música, texto, artes visuais e performance. Já na Casa da Música, os Fogo Fogo levam à Sala 2º seu novo álbum, «Nha Rikeza». No Bourbon Room acontece a 5ª edição do Porto Gothic Fest, desta feita com forte carga feminina, através de Years of Denial, Ductape, Denuit e ainda Espelho Mau.

Dia 13 não é, mais uma vez, de azar! Neste sábado há concertos da e na Casa da Música dos extraordinários ingleses Sleaford Mods e ainda de Boys Noize. Ao duo inglês e ao produtor e dj alemão Alexander Ridha juntar-se-ão uma banda e um deejay que terão a seu cargo o aquecimento das hostes, mas que demoram a ser anunciados. Enquanto isso, no Barracuda, tocam os Sexxy Mess e, na Socorro, o dark hip hop de Azia e Roma.
Segunda-feira (dia 15), Patrick Watson sobe ao palco do Hard Club para apresentar o seu disco «Better In The Shade», de 2022, e todo um conjunto de outros temas que fazem parte do seu aplaudido repertório.
Na terça-feira (dia 16), os Capitão Fausto fazem a primeira de duas actuações na Casa da Música, esta já esgotada, pelo que há novo encontro com o público na quarta-feira (dia 17). Na Socorro, a proposta são os Dreamweapon e o seu industrial psych drone.
Dia 19, vai ser do diabo no Barracuda com o palco entregue a Devil of a Woman.

Sábado (dia 20), Manuel Fúria regressa ao Porto e apresenta, no M.Ou.Co., o seu novo álbum, «Os Perdedores». Enquanto na Socorro em palco estarão Old Jerusalem e Manuel G e no Barracuda a coisa vai ser bem mais agreste: Mordaça, Cuspo e Insurgência. Dúvidas?

Domingo (dia 21), Kristin Hersh, que se deu a conhecer nos Throwing Muses, sobe ao palco do Auditório Francisco de Assis, enquanto os ucranianos Stoned Jesus celebram 15 anos de carreira no Hard Club, a que se juntam os franceses Mars Red Sky.
No dia seguinte (22), é a vez dos Bass Drum Of Death actuarem no Hard Club.
No dia 24, véspera de feriado, o Barracuda recebe os australianos Los Palms, enquanto o Era Uma Vez em Paris acolhe os portuenses Bulha e o seu rock difuso e intenso, de palavra afiada e histórias para contar. É a noite de celebrar Abril!
Dia 25 de Abril, há «Aspirina #005», com Estrikinina e Mamute, no Maus Hábitos, para acabar com qualquer teia de aranha do passado que ninguém com dois dedos de testa quer que volte.
Sexta-feira (dia 26), os Bateu Matou levam o seu novo álbum «Batedeira» até à Casa da Música, enquanto os The Pages tocam no Barracuda e os ingleses Cowboy Builder e os tugas Gatafunho passam pela Socorro.

No sábado (dia 27), o palco do Barracuda é para os britânicos Eddie and the Hot Rods e para os portugueses Grito! e Yatana.
No domingo, Lloyd Cole regressa à cidade Invicta para um concerto na Casa da Música, enquanto a Socorro recebe os Pôt-Pot, Os Overdoses e ainda ‘Sister Ray’ Jam.
A fechar o mês (dia 30) e as celebrações, o Barracuda apresenta os Our New Lie, e na Casa da Música haverá uma espécie de regresso ao passado, com os grandes temas dos portuenses Taxi. Um mês de Abril pleno de propostas (e ainda há muito mais a acontecer), tal como foi a revolução.
Agora, há que cumpri-las e, assim, cumprir Abril.